LBA muda os paradigmas da Ecologia

O LBA - Experimento de Grande Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia está mudando os paradigmas da Ecologia. A afirmação é do pesquisador e representante do LBA no INPA - Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, Flavio Luizão. Ele participa da 3ª Conferência Científica do LBA, que acontece até amanhã (29) em Brasília.

São quatro as contribuições do experimento que determinam essas mudanças: uma nova visão da questão da emissão e absorção de carbono pela floresta; as novas descobertas sobre a influência das queimadas na formação e freqüência das chuvas; as constatações de alterações nos ciclos de nutrientes, e a preparação de recursos humanos para atuar na Amazônia. Os estudos do LBA apontam para a necessidade de desenvolvimento de políticas públicas regionalizadas para a floresta, uma vez que estão comprovados diferentes comportamentos dos ecossistemas, dependendo de suas características e das interferências regionais.

No próximo ano, o LBA deverá divulgar o resultado oficial do balanço de emissão e absorção de carbono pela floresta amazônica. A previsão é de que o saldo entre a quantidade de carbono emitida pela própria floresta, pelas queimadas e pela queima de combustível fóssil, e a quantidade absorvida pelo ecossistema amazônico seja ZERO. Ou seja, a Amazônia estaria mitigando o efeito estufa, uma vez que estaria conseguindo absorver, além do carbono gerado pelas queimadas, também aquele proveniente da queima de combustível fóssil. "Se for comprovado, será uma notícia extraordinária", conclui Luizão.

O Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) é o responsável pelo gerenciamento do projeto LBA, enquanto o INPA, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, responde pela coordenação científica, o que inclui coordenar o trabalho de 288 instituições parceiras.