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ID do Resumo: 196

Tipos de vegetação são bons preditores da mudança de composição florística em florestas amazônicas? Uma análise baseada na diversidade beta de gêneros de árvores de dossel

O uso de mapas de vegetação no planejamento sistemático da conservação pressupõe que tipos de vegetação estão associados a conjuntos distintos de espécies, e portanto, podem ser usados para prever a complementaridade entre áreas. Nesse trabalho, avaliamos a eficiência de predição da diversidade beta de árvores de dossel por classes de vegetação, examinamos a congruência entre estas classes e padrões espaciais de diversidade beta e testamos o grau de separação florística entre tipos de vegetação florestal, a partir da análise de 1.184 hectares de inventários padronizados de árvores de dossel do projeto RADAM distribuídos pela Amazônia brasileira. A eficiência de predição foi calculada por análise de correlação de matrizes. Padrões espaciais de diversidade beta foram visualizados pela interpolação da composição florística, resumida em um eixo de variação (42% de variação captada) por escalonamento multidimensional não-métrico (NMDS). As comparações entre classes de vegetação para determinar o grau de separação florística foram feitas por permutação de respostas múltiplas (MRPP), sem redução de dimensionalidade. Classes de vegetação explicam até 23% da variação florística de gêneros de árvores de dossel, independente do nível de detalhamento empregado. Os valores máximos de similaridade florística que dois lugares podem apresentar estão fortemente relacionados com a distância geográfica entre eles, mas os valores mínimos de similaridade são determinados por outros fatores que não distância. Um padrão direcional de variação de composição florística orientado no sentido SE/NW foi observado no maior eixo de variação florística. Este é congruente com os limites das principais formações florestadas na Amazônia, mas não com suas sub-divisões. Sub-formações de terra-firme foram floristicamente distintas entre si (A = 0,05; p < 0,001), mas o grau de distinção dependeu da sua identidade. Isso porque sub-formações que compartilham a mesma direção de variação apresentam um maior grau de separação florística. As relações hierárquicas entre formações e sub-formações florestais não são congruentes com as relações de similaridade florística apresentadas por estas classes. Sub-formações florestais são floristicamente distintas, mas a taxa de mudança de composição entre elas não é constante. O uso de sub-formações em substituição para diversidade beta no planejamento sistemático da conservação sem considerar a variação florística direcional dentro das sub-formações não é recomendado porque pode superestimar a complementariedade entre áreas.

Sessão:  Biodiversidade - Modelagem da biodiversidade Amazônica: presente e futuro. (B)

Tipo de Apresentação:  Oral

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