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ID do Resumo: 552

Padrões de variação florística de Zingiberales em florestas de terra firme da Amazônia Central e Setentrional: implicações para a conservação e a pesquisa na Amazônia.

A seleção de áreas prioritárias para conservação depende do conhecimento da distribuição espacial das espécies e da diversidade em escala regional. Na região central da Amazônia, a maioria dos estudos sobre padrões de variação florística se concentrou em escalas médias, entre 10 - 100 km2, e pouco se conhece sobre a relação entre variação florística e fatores ambientais em escala mais ampla nesta região. Neste trabalho investigamos a importância de clima, solo e distância geográfica sobre os padrões de variação florística de Zingiberales, um grupo de ervas monocotiledôneas, em florestas da Amazônia Central e Setentrional. Os dados de composição de espécies, clima (medido pelo índice de Walsh), fertilidade e textura do solo foram obtidos em 175 parcelas de 250 x 2 m distribuídas em 7 sítios de florestas de terra firme, ao longo de um eixo norte-sul de 800 km. A distância geográfica foi o preditor mais importante na explicação da variação das distâncias florísticas (54%), seguido pelas diferenças de fertilidade do solo (8,4%) e clima (6,9%). Como as distâncias climática e geográfica estão altamente correlacionadas neste grupo de dados, é difícil determinar a real causa do padrão florístico. A textura do solo não foi um preditor significativo em nenhum dos modelos, ao contrário do observado em estudos na escala média, o que deve refletir as diferentes relações entre drenagem do solo e topografia nas diferentes regiões analisadas. Uma análise mais detalhada mostrou que a fertilidade determina a formação de grupos florísticos apenas na região de clima úmido, indicando uma interação entre fertilidade do solo e clima. Conclusões: (1) clima e fertilidade do solo podem ser utilizados em modelos preditivos de variação florística espacial na Amazônia brasileira, mas deve-se buscar modelos que reflitam as interações entre estas variáveis; (2) outras formas de medir variáveis ambientais importantes para as plantas, como a drenagem dos solos, devem ser elaboradas para inclusão em novos modelos (3) futuras áreas de estudo devem ser escolhidas com o objetivo de diminuir a alta correlação entre distância climática e geográfica entre os sítios. Financiadores: PPBio, CNPq/PPG7-FaseII Proc. 556988/005-1, FAPEAM Proc. 542/04, PDBFF, BECA, ARPA, CNPq e INPA.

Sessão:  Biodiversidade - Modelagem da biodiversidade Amazônica: presente e futuro. (B)

Tipo de Apresentação:  Oral

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