ID do Resumo: 668
Funcionalidade hidrológica e eficiência do uso da água por Cerrado sensu stricto e por plantação de Eucalipto no Estado de São Paulo
Originalmente o Cerrado cobria ~200 milhões de ha no Brasil, porém foi reduzido a somente 43% de sua área original, substituído por pastagens e por culturas diversas (soja, cana-de-açúcar, milho e outras) a uma taxa de desmatamento de aprox. 3 milhões ha/ano. Sua grande extensão e heterogeneidade de ecossistemas abrigam enorme biodiversidade e benefícios ambientais, os quais são depreciados pela agricultura intensiva, exceto quando se adota efetivamente manejo sustentável. Também é no domínio deste bioma que se encontram muitas das nascentes das principais bacias hidrográficas brasileiras, tais como as dos rios Tocantis-Araguaia, São Francisco, Paraná e Paraguai.
As mudanças no uso da terra, tais como agricultura, irrigação e desmatamento, geralmente alteram as propriedades físicas e biológicas da superfície e assim podem controlar potencialmente o sistema climático regional, além dos ciclos hidrológico e do carbono (IPCC, 2001). O eucalipto é uma árvore com eficientes processos de crescimento, mas possui altas taxas de evapotranspiração, responsáveis por grande demanda de umidade do solo, o que pode modificar a produção de água na escala da bacia. Entretanto, ainda não há consenso se essa grande extração de água do solo pode implicar na redução dos recursos hídricos. Por exemplo, Kuczera (apud Vertessy et al., 2001) reportou que uma plantação de eucalipto com 20 anos de idade reduziu o deflúvio anual em até 52%. Este tema, contudo, possui uma característica de especificidade local, dada a forte dependência da evapotranspiração e da fotossíntese à variabilidade climática regional, às práticas de manejo, aos tipos do solo e as características fisiológicas particulares a cada tipo clonal das árvores.
Neste trabalho, compara-se a eficiência no uso da água de duas bacias pareadas - uma com Cerrado e outra com cobertura de Eucalipto - usando dados observados que incluem médias de 30 min dos fluxos atmosféricos de energia, vapor d´água e dióxido de carbono. Estas medidas foram feitas por meio de métodos de eddy covariance durante um período de 4 anos, na Gleba Pé-de-Gigante, Parque Estadual da Vassununga (21o37’ S, 47o38’ W), e na Fazenda Cara Preta (21o35’ S, 47o36’ W), no Estado de São Paulo (Rocha et al. 2002). Os padrões sazonais e os balanços de longo termo são discutidos a fim de avaliar a funcionalidade hidrológica e a eficiência do uso da água por ambos ecossistemas.
Sessão: Carbono - O papel da sazonalidade no balanço de água e carbono.
Tipo de Apresentação: Poster
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