ID do Resumo: 468
Respostas a variação de condições ambientais em pequena e média escala: desafio ou oportunidade para modelagem de biodiversidade?
Modelagem de distribuição de biodiversidade pressupõe existência de dados de qualidade para gerar modelos. Na Amazônia, o conhecimento sobre distribuição de espécies é escasso e dados adequados para modelagem de biodiversidade estão disponíveis para poucos grupos. Como alternativa para obter rapidamente esse tipo de dados, sub-grupos taxonômicos (p.ex lecytidaceae) ou funcionais (p.ex. ervas) têm sido usados como indicadores de composição. Palmeiras são bons indicadores de por serem abundantes, de fácil reconhecimento e presentes em diferentes ambientes. Na região do interflúvio Madeira-Purus, inventários sistematizados de palmeiras estão sendo realizados para modelar distribuição e diversidade do grupo. Florestas densas, abertas e savanas florestadas ocorrem na região e 77 inventários rápidos de 0,065 ha foram distribuídos nessas formações para relacionar mudanças de composição com variações ambientais. A ordenação da composição florística por escalonamento multidimensional não-métrico (NMDS) evidenciou três blocos de inventários. A variação dentro dos blocos é maior os dois blocos formados por sítios de amostragem que encerram mais de uma formação geomorfológica. A composição de palmeiras está fortemente relacionada com a geormorfologia (r2 = 0,390, p <0,001) e essa relação fica mais forte quando variações locais de textura e fertilidade de solo são consideradas (r2 = 0,427, p <0,001). A densidade de indivíduos varia entre sítios (F = 3,786, p <0.05), mas esta variação só é significativa entre os sítios mais extremos (p < 0,05). Existem diferenças na composição de palmeiras entre sítios, mas também dentro de cada sítio de amostragem evidenciando respostas a variações ambientais em pequena e média escala. Os dados atualmente disponíveis para modelagem de distribuição de palmeiras se restringem aos dados de herbário. Esses dados são incompletos mesmo para regiões de fácil acesso, isso fica claro quando observamos que somente 7 das 50 espécies presentes nos nossos inventários rápidos apresentam registro no maior herbário da região. Plantas respondem a variação nas condições ambientais em diversas escalas e modelar diversidade sem considerar esse aspecto importante pode gerar modelos imediatos, mas pouco realistas. Inventários padronizados e amplamente distribuídos para diversos grupos, associados a bases de dados ambientais detalhadas são o ponto de partida para a modelagem de biodiversidade e devem compor com os novos caminhos para pesquisa integrada na Amazônia.
Sessão: Biodiversidade - Modelagem da biodiversidade Amazônica: presente e futuro.
Tipo de Apresentação: Poster
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