ID do Resumo: 375
Estimativas da transpiração por modelagens aplicadas durante o Experimento ESECAFLOR/LBA
Quando há ocorrência de longos períodos de estiagem em regiões de floresta, isso acarreta prejuízos à biodiversidade, e aos ciclos de água e nutrientes que são fortemente atingidos. A perda de vegetação de grande porte reduz o potencial de reciclagem da água no sistema solo-planta-atmosfera. (Nobre et al., 2007; Nobre, 2001). As árvores atuam como bombas hidráulicas, absorvendo água do solo através das raízes e emitindo como vapor d’água para a atmosfera (Brown e Salimon, 2007). A transpiração é vital para os seres vivos e é uma reação fisiológica do organismo a um aumento térmico biótico ou abiótico que transfere a água líquida de um corpo para a atmosfera (Ferreira da Costa, 2008). O Experimento ESECAFLOR “O Impacto da Seca Prolongada nos Fluxos de Água e Dióxido de Carbono em uma Floresta Tropical Amazônica” consiste na indução de um período de seca para avaliar o impacto nos fluxos de água na Floresta Nacional de Caxiuanã no Pará, (Meir et al., 2002; 2003). A transpiração foi medida em 11 árvores na parcela de referência (A), e em 12 na parcela submetida ao estresse hídrico (B), durante o período de 1o de dezembro de 2002 a 30 de novembro de 2003. Foram obtidas equações das regressões lineares entre a transpiração (Tr), a área basal (AB), precipitação pluvial (P), e a radiação de ondas curtas (ROC) nas parcelas e realizadas estimativas da transpiração com a aplicação de modelo numérico. A integração das transpirações diárias de 524 árvores da parcela A resultou numa transpiração da parcela (Tp=1.228,3 mm ano-1) que representaram 58,5% da precipitação pluvial (P=2.100,1 mm ano-1) no mesmo periodo. A aplicação do modelo nas 499 árvores da parcela B estimou uma Tp= 401,0 mm ano-1. Isto indicou uma redução na parcela B para 32,6% da transpiração estimada para a parcela A, o que sugere que a vegetação de Caxiuanã não resistirá aos efeitos provocados por estiagens, caso estes períodos secos sejam estendidos demasiadamente, visto que a redução na transpiração provocou sinais claros de senescência em alguns exemplares, o que provavelmente influenciará na formação de nebulosidade, e por conseguinte, no ciclo hidrológico regional.
Palavras-chave: Amazônia, Estresse hídrico, Floresta tropical chuvosa, Fluxo de Seiva, Transpiração vegetal.
Sessão: Mudanças de Uso e Cobertura das Terras e suas Dimensões Sociais - Modelos e cenários de múltipla escala sobre mudanças de uso e cobertura da terra para a Amazônia.
Tipo de Apresentação: Poster
|