Abstract ID: 640
Ocorrência do Fogo nas Áreas Protegidas da Amazônia Brasileira.
O objetivo deste trabalho é analisar a ocorrência de queimadas e incêndios florestais nas unidades de conservação (UC) federais e estaduais da Amazônia e nas terras indígenas (TI) brasileiras, a partir dos dados de detecção de focos de fogo do INPE em imagens de satélites. As UCs e as TIs abrangem 37% do território apenas na Amazônia Legal, correspondendo a ~1.883.550km2. As UCs incluem parques e florestas, estações e reservas biológicas e ecológicas, áreas de proteção ambiental, e unidades de uso sustentável, todos subordinados ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Os TIs são de responsabilidade da Fundação Nacional do Índio (FUNAI). No período 2000 a 2006, ~40% das ~280 UCs que abrangem ~814.910km2, e também dos ~400 TIs que cobrem 1.068.640km2, tiveram ocorrência de fogo. Alguns casos extremos foram: F.N. Bom Futuro, RO, com pelo menos 100 focos/ano; A.P.A. Ilha do Bananal/Cantão com média de 560 focos/ano; R.Ex. Verde para Sempre com média de 280 focos/ano; P.N. do Araguaia com média de 200 focos/ano; E.E. Serra Geral do Tocantins com média de 180 focos/ano; R.B. do Lago Piratuba com média de 170 focos/ano; TI Maraiwatsede, com média de 450 focos/ano. São apresentadas tabelas e gráficos detalhando as ocorrências de fogo conforme o tipo de UC e TI e o seu bioma original. A evolução das detecções de focos ao longo dos anos também é discutida, indicando uma contravenção crônica da legislação. O estudo documenta um quadro crítico na Amazônia brasileira quanto ao fogo de origem antrópica no interior de suas UCs e TIs; a maioria vem sofrendo processos de degradação incompatíveis com o propósito de sua existência e com os objetivos do SNUC e da FUNAI. Este quadro deve ser considerado no contexto de que existe divulgação pública em tempo-real das ocorrências de fogo detectadas por satélites nas UCs e TIs.
Session: Fire - Fire, drought, and changes in vegetation structure and composition
Presentation Type: Poster
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