Fechar Janela

Fluxos de carbono em igarapés na Amazônia Ocidental

Eliete dos Santos Sousa, Universidade Federal do Acre, elieth.ss@bol.com.br (Apresentador)
Cleber Ibraim Salimon, Centro de Energia Nuclear na Agricultura CENA/USP, clebsal@cena.usp.br
Reynaldo Luiz Victoria, Centro de Energia Nuclear na Agricultura CENA/USP, reyna@cena.usp.br

O papel das florestas tropicais no balanço do carbono tem sido alvo de diversas pesquisas na Amazônia com intuito de descobrir se a floresta atua como absorvedouro ou como fonte de emissão de carbono para a atmosfera. Pesquisas recentes sugerem que as emissões de CO2 dos rios, ribeirões e brejos podem ser muito maiores que se pensava, contribuindo com cerca de 1 tonelada de C ha-1 ano-1. O objetivo principal do trabalho foi determinar os fluxos de carbono nos igarapés Floresta (Fazenda Experimental Catuaba – Rio Branco, AC) e igarapé da Ponte (Reserva Humaitá – Humaitá, AC). Foram realizadas análises de carbono inorgânico dissolvido (CID), carbono orgânico dissolvido (COD) e particulado e análises isotópicas do carbono (δ13C) para identificar as fontes de carbono respirado nos igarapés. Medidas de pH, condutividade elétrica, oxigênio dissolvido e temperatura da água foram usadas para complementar as análises. As primeiras análises mostram que as águas do igarapé Floresta são mais ácidas (pH = 5,35) que as águas do igarapé da Ponte (pH = 6,53). Com relação às concentrações de CID total, o igarapé Floresta apresentou um valor médio igual a 154,36±6,62 μM, sendo 145±6,43 μM para CO2 livre e 9,34±0,58 μM para HCO3-. Já o igarapé da Ponte apresentou maiores concentrações, com valor médio de CID total igual a 354,13±14,45 μM, em que o CO2 livre foi de 207,57±8,59 μM e o HCO3- igual a 146,55±5,86 μM. A pressão parcial do CO2 foi igual a 2656,05±109,92 e 1855,71±82,34 (valores em ppm) para o Igarapé da Ponte e igarapé Floresta, respectivamente. Os valores apresentados pelos igarapés seguem o modelo de grandes rios já estudados, onde ambientes com pH básico apresentam os maiores valores de carbono inorgânico dissolvido total, com maiores concentrações de HCO3- em relação a ambientes com pH mais ácido. As análises de carbono orgânico e composição isotópica ainda estão sendo feitas no Centro de Energia Nuclear na Agricultura em Piracicaba (SP).

Submetido por Eliete Sousa em 22-MAR-2005

Tema Científico do LBA:  CD (Armazenamento e Trocas de Carbono)

Sessão:   Sessão: O carbono: da fisiologia vegetal à dinâmica dos ecossistemas

ID do Resumo: 9

Fechar Janela