Estudo Sobre Rajadas Noturnas Acima da Reserva Florestal de Caxiuanã Durante a Estação Seca
Daniele
Santos
Nogueira, Universidade Federal do Pará, holywod@interconect.com.br
(Apresentador)
Leonardo
Deane de Abreu
Sá, Museu Paraense Emilio Goeldi/Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, ldsa@museu-goeldi.br
Júlia
Clarinda Paiva
Cohen, Universidade Federal do Pará, jcpcohen@ufpa.br
Foram estudados fenômenos de rajadas noturnas acima da Floresta Nacional de Caxiuanã, Pará (1º42’30’’S, 51º31’45’’W) com dados de instrumentos de resposta rápida e anemômetros Vektor quando da realização da Campanha Experimental CiMeLA (Circulações de Mesoescala no Leste da Amazônia) na estação seca de 2003. As rajadas predominantemente de Nordeste podem atingir até 10 m/s e ocorrem em geral antes da meia-noite, apresentam uma duração entre 3 e 14 minutos, e são sucedidas por um estado de decaimento da turbulência que perdura por cerca de meia-hora. Foi observado que durante os episódios de rajadas e o subseqüente período de decaimento da turbulência, há uma considerável intensificação dos fluxos verticais turbulentos e a irrupção de importantes fluxos horizontais de escalares (como concentração de CO2, vapor d'água e temperatura), estes com direção predominante de Nordeste. Os períodos de decaimento caracterizam-se por oscilações das grandezas escalares na forma de estruturas coerentes do tipo “rampa”, que mostram diminuição da amplitude e do período de oscilação no decorrer do tempo, sugerindo uma natureza não-linear dos mesmos. Fisicamente, supõe-se que tais eventos de rajada estejam associados a eventos de mesoescala, nos quais uma circulação de brisa fluvial devido à heterogeneidade entre a Baía de Caxiuanã e a floresta tenha papel importante. É possível que tais fenômenos encerrem episódios de correntes de densidade, fenômenos que vem merecendo renovada atenção na literatura referente à Camada Limite Noturna.