A Amazônia é uma das regiões onde a resposta da circulação atmosférica regional à mudanças do albedo da superfície é mais intensa. Estudos de simulação utilizando diversos modelos mostram que a conversão da floresta tropical em pastagem causa uma redução na precipitação local, a qual é principalmente dependente da mudança no albedo da superfície. Atualmente, modelos de dinâmica da vegetação, tal como o IBIS, tem sido acoplados à modelos de circulação geral da atmosfera (clima-vegetação), indicando a importância de se considerar a cobertura vegetal como uma parte interativa do sistema climático. Neste trabalho, são introduzidas modificações no código de transferência radiativa no dossel no modelo IBIS, a fim de incorporar o efeito do molhamento foliar no calculo da refletância do dossel. Alguns parâmetros estão sendo corrigidos para manter somente o efeito do molhamento foliar devido a água da chuva interceptada. Apesar do modelo IBIS já calcular o molhamento foliar, neste trabalho especificamente algumas linhas de comando foram adicionadas e alteradas na subrotina que faz correções no albedo referente a interceptação da água e/ou neve. Simulações pontuais (0-D) em quatro sítios experimentais (duas florestas e duas pastagens) são realizadas utilizando dados horários, para verificar via simulação o efeito do molhamento foliar no cálculo do albedo simulado. O ajustamento do modelo é avaliado por meio do erro médio, da raiz do erro quadrado médio (RMSE) e pelo cálculo do balanço cumulativo de radiação solar. Estas modificações serão incorporadas posteriormente ao modelo climático CCM3/IBIS para reduzir o erro na estimativa mensal do albedo quando comparado a dados de campo e de sensoriamento remoto.
Submetido por Silvia N. Monteiro Yanagi em 30-MAR-2005