Impacto do Desmatamento na Vazão dos Rios da Amazônia Estimado por um Modelo de Balanço Hídrico
Cassiano
D'Almeida, CSRC/UNH, cassiano@eos.sr.unh.edu
(Apresentador)
Charles
J.
Vörösmarty, CSRC/UNH, charles.vorosmarty@unh.edu
George
C.
Hurtt, CSRC/UNH, george.hurtt@unh.edu
José
A.
Marengo, CPTEC/INPE, marengo@cptec.inpe.br
S.
Lawrence
Dingman, Department of Earth Sciences/UNH, ldingman@cisunix.unh.edu
Barry
D.
Kiem, Department of Geography and Anthropology/LSU, bkeim@srcc.lsu.edu
A Região Amazônica compreende a maior bacia hidrográfica existente no mundo e apresenta um dos maiores índices de pluviosidade do planeta. Como conseqüência, ela libera mais água para o oceano do que qualquer outra região. Além disso, a Amazônia experimenta já há algum tempo, uma das maiores taxas de desmatamento do mundo. Os efeitos hidrológicos deste distúrbio na cobertura vegetal da região já foram investigado por diversos estudos. No entanto, quando diferentes escalas espaciais e níveis de fragmentação de desmatamento são considerados, resultados potencialmente conflitantes são encontrados. Por exemplo, enquanto a maioria dos modelos globais apontam para o enfraquecimento do ciclo hidrológico na região como resultado do desmatamento total da Amazônia, modelos de menor escala indicam a possibilidade de um fortalecimento na circulação e nos fluxos de água na atmosfera e no solo em locais com níveis intermediários de desmatamento e fragmentação. Este aparente conflito nas previsões é sustentado por observações coletadas com diferentes resoluções espaciais e embora ele seja fruto de fatores intrínsecos ao mecanismo de desmatamento na Amazônia, muita importância deve ser dada ao seu profundo entendimento. Buscas infrutíferas por observações que confirmem o impacto do desmatamento em cenários diferentes dos estudados pode acarretar num perigoso relaxamento nas políticas de contenção das práticas de desmatamento. No presente trabalho, utilizamos um modelo de balanço hídrico que reproduz os efeitos locais do desmatamento mais aceitos pela literatura, tais como a diminuição na evapotranspiração, e estimamos o impacto na vazão média dos rios causado pelo nível atual de desmatamento na Amazônia. Nosso modelo estima não apenas o impacto na vazão média da região ou na foz do Rio Amazonas, mas também ao longo de toda a Bacia Amazônica. Desta forma, podemos avaliar nossas estimativas paralelamente às previsões dos modelos globais e dos modelos de menor escala.
Submetido por Cassiano D'Almeida em 07-ABR-2005
Tema Científico do LBA: SH (Hidrologia e Química das Águas)
Sessão: SH-I: Impactos antrópicos nos ambientes aquáticos