Estimativa da Emissão de Gases CH4 e CO2 Pelas Turbinas da UHE Balbina e pelo Rio Uatumã
Alexandre
Kemenes, INPA, alekemenes@yahoo.com.br
(Apresentador)
Bruce
Rider
Forsberg, INPA, forsberg@vivax.com.br
John
Melack, Universidade da Califórnia, melack@lifesci.ucsb.edu
A construção de novos reservatórios hidrelétricos em regiões tropicais tem contribuído para o aumento das concentrações de CO2 e CH4 na atmosfera global. Parte deste aumento provêm da emissão de gases no reservatório, associado à decomposição de vegetação terrestre inundada durante a fase de enchimento. A maioria dos estudos tem focado neste processo. Porém, uma outra parte do fluxo pode ocorrer à jusante do lago quando água do fundo da represa passa pelas turbinas. Provavelmente, a hidrelétrica amazônica que apresenta o maior potencial para a geração de GEEs (gases de efeito estufa) é Balbina. Localizada no Município de Presidente Figueiredo, na Amazônia Central, este reservatório alagou uma área florestal de cerca de 2360 Km2 em 1987. O objetivo deste trabalho foi de estimar as emissões de CO2 e CH4 que ocorrem à jusante da represa de Balbina, quando a água passa pelas turbinas e no Rio Uatumã abaixo. A ebulição de gás na passagem pela barragem foi estimada a partir da diferença na concentração de gás imediatamente acima e abaixo da turbina e a vazão de água. A emissão por difusão no rio foi estimada a partir de medidas de fluxo com câmaras estáticas, integradas ao longo de um trecho de 40 km a jusante da barragem. A emissão total de CO2 e CH4 a jusante da represa para o ano de 2004 foi estimada em 0,088 e 0,063 TgC.ano-1, respectivamente. Assim, a emissão de metano foi regionalmente significativa, representando aproximadamente 5% da emissão total da várzea amazônica central. Com isso, as emissões de GEE's a jusante das barragens terão que ser considerados em futuras análises dos impactos por hidrelétricas.