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Fatores socioeconômicos e desflorestamento em Rondônia: um estudo integrado em área de assentamento rural

Leticia Orsi, UNICAMP, leticiaorsi@yahoo.com (Apresentador)
Marcos César Ferreira, UNICAMP, macferre@uol.com.br
Mateus Batistella, Embrapa Monitoramento por Satélite, mb@cnpm.embrapa.br
Evaristo Eduardo de Miranda, Embrapa Monitoramento por Satélite, mir@cnpm.embrapa.br

Esta pesquisa participa do debate sobre condicionantes locais do processo de desflorestamento na Amazônia, integrando dados socioeconômicos e de sensoriamento remoto. A área de estudo localiza-se em Machadinho d’Oeste - Rondônia. Mapeamentos multitemporais de uso e cobertura das terras (anos de 1988, 1994 e 1998) foram disponibilizados pela equipe do projeto LC-09 do LBA, permitindo a avaliação da dinâmica de desflorestamento por propriedade. Percentuais de ocupação foram analisados com base no limite sugerido pela legislação ambiental estadual (ZEE), ou seja, ocupação permitida em até 60% da área da propriedade. Assim, os produtores foram diferenciados quanto às taxas e velocidade do desflorestamento em três grupos: 24,4% praticaram ritmo-pouco-intenso (desflorestamento <60%); 42,4%, ritmo-intenso (>60%, com taxa inicial de até 10ha/ano); e 33,2%, ritmo-muito-intenso (>60%, com taxa inicial superior a 10ha/ano). Entrevistas realizadas pela Embrapa Monitoramento por Satélite nos anos de 1986 e 1996, junto aos pequenos produtores assentados, permitiram uma caracterização socioeconômica dos mesmos. Variáveis demográficas, da propriedade e econômicas foram analisadas, em busca de possíveis fatores condicionantes do desflorestamento. Comparados os resultados para os grupos ritmo-pouco-intenso e ritmo-muito-intenso, concluiu-se que o aumento da área desflorestada nas propriedades está relacionado ao aumento da idade do produtor, do número de pessoas na família, do número de pessoas ativas e de equipamentos, além do menor tempo de residência e da utilização de mão-de-obra temporária. Fatores como falta de assistência técnica, ausência de atividade extra-agrícola, acesso a linhas de crédito e mais de um proprietário, também contribuem positivamente para o aumento do desflorestamento. A origem do produtor e a área da propriedade não apresentaram correlação significativa com a área desflorestada. Esta pesquisa contribui para o entendimento de fatores relacionados ao desflorestamento praticado por pequenos produtores assentados na Amazônia, e pode auxiliar futuras ações ligadas ao desenvolvimento da região, fundamentadas em abordagens socioambientais dos assentamentos rurais.

Submetido por Leticia Orsi em 07-ABR-2005

Tema Científico do LBA:  HD (Dimensões Humanas)

Sessão:   HD: A terra e o perfil sócio-econômico das populações amazônicas

ID do Resumo: 187

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