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Extração de água do solo por Floresta Tropical de Terra Firme na Floresta Nacional do Tapajós, Santarém, PA.

Rogerio Deitali Bruno, IAG-USP, rogerio@model.iag.usp.br (Apresentador)
Humberto Ribeiro da Rocha, IAG-USP, humberto@model.iag.usp.br
Helber Custódio de Freitas, IAG-USP, helbercf@model.iag.usp.br
Scott D Miller, UCI, sdmiller@uci.edu
Michael L Goulden, UCI, mgoulden@uci.edu

A umidade do solo é a principal fonte para transpiração em florestas tropicais de Terra Firme e importante fator no controle das trocas de CO2 e de energia entre a superfície e a atmosfera. Na Floresta Amazônica, as árvores conseguem extrair água abaixo de 8 m de profundidade, mantendo significativa transpiração mesmo durante épocas de escassez hídrica. Contudo, estudos recentes têm indicado que a conversão de floresta em pastagens pode reduzir a disponibilidade de água no solo, sobretudo na estação seca. Isso pode alterar o regime de precipitação em escala regional, culminando na possível “savanização” da Amazônia. Apresenta-se neste trabalho a análise de dados horários de umidade do solo coletados sob floresta tropical na Floresta Nacional do Tapajós, Santarém, PA, no período 2002-2003. A umidade volumétrica foi estimada com o uso de refletômetros no domínio da freqüência (CS615-G, Campbell Sci.) instalados em um perfil vertical (1 m2 x 10 m de profundidade) escavado em Latossolo Amarelo argiloso, próximo a uma torre micrometeorológica (3.01030oS, 54.58150oW). Esses dados foram comparados com outros de precipitação e de fluxo de calor latente, estimado pelo método de eddy covariance, medidos a 64 m de altura. Durante a estação úmida, a camada mais superficial (2 m) proveu 56% (±2%) do total de umidade extraída do solo. Já na estação seca, foi observada variação da umidade até os 6 m de profundidade, distribuída homogeneamente a cada metro (entre 11 e 14%), totalizando ~75% do total extraído. O ciclo diurno da umidade do solo concordou bem com o da evapotranspiração, com valores estimados entre 2,5 e 4,0 mm dia-1. A investigação da dinâmica da umidade do solo é relevante para melhor se compreender a ecofisiologia da floresta e, por extensão, sua sustentabilidade. Além disso, modelos acoplados atmosfera-biosfera validados com dados obtidos em campo, melhoram significativamente a qualidade da previsibilidade de cenários bioclimáticos futuros.

Submetido por Rogerio Deitali Bruno em 07-ABR-2005

Tema Científico do LBA:  PC (Física do Clima)

Sessão:   PC-II: Hidrometeorologia

ID do Resumo: 176

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