Fechar Janela

Longevidade e crescimento de árvores tropicais: subsídios para o manejo florestal

Diogo Selhorst, Universidade Federal do Acre-PZ/SETEM, dselhorst@pop.com.br (Apresentador)
Simone Aparecida Vieira, CENA/USP, savieira@cena.usp.br
Susan E. Trumbore, Universit of California/Irvine, Setrumbo@uci.edu
Marcos Silveira, Universidade Federal do Acre-DCN, msilveira@uol.com.br
Foster Brown, Universidade Federal do Acre-PZ/SETEM; Woods Hole Research Center, fbrown@uol.com.br
Plínio Barbosa de Camargo, CENA/USP, pcamargo@cena.usp.br

O desenvolvimento e a adoção de práticas de manejo florestal apoiadas em bases mais sustentáveis é um grande desafio para a ciência e o conhecimento sobre a longevidade e o crescimento de árvores tropicais representa uma peça chave nesse processo. Para avaliar o crescimento de uma floresta no Sudoeste da Amazônia (S 67° 37’ 36”- W 10° 04’ 24”) e a longevidade de algumas espécies arbóreas, 300 árvores (DAP > 10 cm) foram monitoradas com dendrômetros metálicos durante quatro anos e duas espécies foram datadas com radiocarbono (14C): 12 cumarus-ferro (Dipteryx spp.) e nove cerejeiras (Amburana cearensis). O incremento diamétrico médio (IDM) na floresta foi de 0,36 cm/ano um dos maiores encontrados na Amazônia que variam de 0,1 a 0,4 cm/ano. Houve diferenças marcantes entre o IDM de algumas espécies madeireiras (cm/ano ± IC 95%): Tetragastris altíssima (0,29 ± 0,07), Carapa guianensis (0,16 ± 0,09) e Bertholletia excelsa (0,57 ± 0,24). A datação da medula de oito cumarus-ferro resultou em idades superiores a 400 anos e IDM de 0,21 cm/ano (média de toda a vida). Para o restante, quatro cumarus e nove cerejeiras, a datação da medula indicou idades ocorrendo dentro de uma faixa (< 350 anos) de grande incerteza do método. Nesses indivíduos outras análises (carbono pós-bomba) estimaram para os últimos 50 anos um IDM de 1,17 cm/ano (máximo de 1,85 cm/ano) para os cumarus-ferro e de 0,68 cm/ano (máximo de 1,20 cm/ano) para as cerejeiras. Os resultados indicam diferenças na faixa etária e no IDM de espécies madeireiras. No caso do manejo florestal de impacto reduzido algumas espécies, como Dipteryx spp., podem apresentar baixo rendimento em ciclos de 20 a 30 anos devido ao crescimento lento. O crescimento dessas espécies pode ser estimulado por meio de tratamentos silviculturais, porém com maior impacto sobre a biodiversidade. Mais pesquisas são necessárias sobre o crescimento nas diferentes modalidades de exploração e na escala de espécies para subsidiar os planos de manejo na perspectiva de sustentabilidade.

Submetido por Diogo Selhorst em 07-ABR-2005

Tema Científico do LBA:  LC (Mudanças dos Usos da Terra e da Vegetação)

Sessão:   LC-II: Impactos do uso da terra em florestas primária e secundária

ID do Resumo: 168

Fechar Janela