Análise da concentração e composição isotópica de metano emitido na forma de bolhas de gás em igarapés de várzea e de floresta da Amazônia Oriental
José Mauro
Sousa
Moura, Centro de Energia Nuclear na Agricultura/USP, jmauro@esalq.usp.br
(Apresentador)
Christopher
Sargent
Martens, Universidade da Carolina do Norte -EUA, cmartens@email.unc.edu
Marcelo
Zacharias
Moreira, Centro de Energia Nuclear na Agricultura/USP, mmoreira@cena.usp.br
Howard
Mendlovitz, Universidade da Carolina do Norte -EUA, mendlovitz@email.unc.edu
Risonaldo
Leal
Lima, Projeto LBAECO, risonaldo@lbaeco.com.br
Irene
Cibelle
Sampaio, Projeto LBAECO, cibelle@lbaeco.com.br
Jean
Pierre
Ometto, Centro de Energia Nuclear na Agricultura/USP, jpometto@cena.usp.br
O metano (CH4) é um componente traço abundante na atmosfera e devido sua alta capacidade de absorção da radiação infravermelha da terra contribui intensamente para o aumento do efeito estufa. Neste estudo, analisamos a concentração e a composição isotópica do metano (δ13C-CH4) presente em bolhas de gás formadas no sedimento de áreas alagadas da Amazônia Ocidental. Os sítios estudados foram os Igarapés Açu, Maicá (igarapés de várzea) e Jamaraquá (igarapé de floresta); localizados próximos às cidades de Santarém-PA e Belterra-PA. Esses igarapés diferem entre si quanto ao tipo de água que corre em seus leitos, tamanho, e principalmente, quanto ao tipo de vegetação que cresce em suas bacias de drenagem. As amostras foram analisadas por espectrometria de massa e cromatografia gasosa. O δ13C-CH4 variou sazonalmente e espacialmente entre os igarapés estudados provavelmente como resultado das mudanças de fontes, processos de decomposição da matéria orgânica, mecanismos de oxidação e das condições físico-químicas de cada ambiente. Os valores isotópicos encontrados durante o período entre Ago/2000 e Ago/2003 estavam entre -89‰ e -41‰. No Igarapé Açu, o δ13C-CH4 variou de -66‰ a -47‰, já no Igarapé do Maicá variou entre -70‰ a -41‰. O Igarapé do Jamaraquá apresentou maior variação, com valores entre -89‰ a -54‰. Já a concentração variou apenas espacialmente entre os ambientes. Em geral as concentrações médias do metano estavam acima de 50%. Os valores de 60,7%(±9,4), 80,1%(±15,4) e 52,1%(±13,3), correspondem às concentrações médias encontradas nos igarapés do Maicá, Açu e Jamaraquá, respectivamente. Para explicar as diferenças entre os sítios analisamos também a composição isotópica do sedimento dos igarapés mais distintos (Maicá e Jamaraquá). O sedimento no igarapé do Jamaraquá apresentou maior teor de matéria orgânica e menores valores de δ13C em relação ao Igarapé do Maicá. O sedimento no Igarapé do Maicá apresentou diferença sazonal, com maior porcentagem de carbono e maiores valores de δ13C durante a estação seca.