Incorporando tecnologias ligadas ao sensoriamento remoto no mapeamento participativo para geração de cenários ao longo da estrada Interoceânica do Acre-Brasil a Madre de Dios-Peru na Amazônia Sul-Ocidental
Sumaia
Saldanha
Vasconcelos, Universidade Federal do Acre, Parque Zoobotânico, Setor de Estudos do Uso da Terra e Mudanças Globais-SETEM, sumaiasv@yahoo.com.br
(Apresentador)
Elsa
Renee Huamán
Mendoza, Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia-IPAM, elsa_mendoza@uol.com.br
Irving
Foster
Brown, Hoods Hole Research Center-WHRC, fbrown@uol.com.br
Gerar conhecimentos científicos e tecnologias que possam auxiliar a sociedade em tomada de decisões sobre o uso da terra e seus recursos naturais de forma sustentável tem sido um grande desafio para a comunidade científica. Diversas universidades e centros de investigações desenvolvem inúmeros estudos e ferramentas ligadas ao sensoriamento remoto que são disseminados de forma efetiva para sociedade em geral. Um exemplo da participação da sociedade utilizando o conhecimento científico foi a elaboração de forma participativa dos cenários dos possíveis impactos ambientais, econômicos e sociais da pavimentação da estrada interoceânica que ligará o Brasil aos portos do Pacífico de Ilo e Matarani no Peru, atravessando a região MAP que corresponde a região amazônica de Madre de Dios (Peru), o Estado do Acre (Brasil), e ao Departamento de Pando (Bolívia). A construção dos cenários dos impactos desta estrada exigiu o envolvimento direto da população. A partir de bases cartográficas do Acre e Madre de Dios foram confeccionados mapas de cada município. A incorporação do conhecimento e a percepção das comunidades sobre a dinâmica do uso da terra foram primordiais na elaboração final desses mapas. A forma dinâmica e participativa dos exercícios com os mapas modificaram a visão coletiva das sociedades locais. Esse mapeamento participativo foi realizado em 14 municípios de dois países, abrangendo mais que 50.000 km² ao longo de 750 km² da estrada interoceânica. Mais de 300 lideranças de diversos segmentos da sociedade local elaboraram 56 mapas descrevendo uso da terra atual e perspectivas futuras. A integração de mapas e sensoriamento remoto ao conhecimento local propiciou o início do planejamento regional participativo incorporado pelo Governo do Acre na Fase 2 do Zoneamento Ecológico-Econômico em cinco municípios com possibilidades de ampliar para todos os municípios ao longo da estrada. Este método vem sendo aplicado em outras regiões da Amazônia.
Submetido por Sumaia Saldanha de Vasconcelos em 05-ABR-2005
Tema Científico do LBA: HD (Dimensões Humanas)
Sessão: HD: A terra e o perfil sócio-econômico das populações amazônicas