Simulação do desmatamento no leste da Amazonia usando um modelo de alta resolução
Adilson
Wagner
Gandu, IAG-USP, adwgandu@model.iag.usp.br
(Presenting)
Julia
Clarinda Paiva
Cohen, CG-UFPA, jcpcohen@ufpa.br
José
Ricardo S. de
Souza, CG-UFPA, jricardo@ufpa.br
Para avaliar os possíveis feitos do desmatamento nas condições climáticas da região leste da Amazonia, foram feitas simulações numéricas com um modelo de alta resolução espacial, que leva em conta as características fisiográficas da região, tais como a topografia, linha da costa e grandes rios dessa região.
Os resultados mostraram importantes aspectos associados aos efeitos de mesoescala que não são tipicamente representados em simulações similares com Modelos de Circulação Geral. Próximo às zonas costeiras e ao longo dos grandes rios, o desmatamento resulta em uma diminuição da nebulosidade e da precipitação. Porém, aumento de nebulosidade e de precipitação foi previsto sobre áreas elevadas, especialmente nas encostas de montanhas dos vales dos rios. Os fluxos de calor sensível e de calor latente em superfície apresentam tanto anomalias positivas quanto negativas. As magnitudes dessas anomalias foram maiores durante a estação menos chuvosa. A velocidade do vento próxima à superfície foi a variável meteorológica que teve a mudança mais significativa devido ao desmatamento. A redução no coeficiente de rugosidade resultante da substituição da floresta por pastagem produziu um aumento da velocidade do vento próxima à costa Atlântica. As maiores velocidades do vento diminuem a convergência de umidade e, conseqüentemente, reduzem os totais de precipitação nessa região.
Os resultados obtidos dessas simulações de alta resolução mostram que, em geral, a orografia, linha da costa, e distribuição dos grandes rios tem um importante papel na determinação das anomalias de precipitação, ventos e trocas de energia associadas com o desmatamento no leste da Amazonia.