A Comunidade Científica nas últimas décadas têm estudado as interconexões entre os ecossistemas terrestres e a atmosfera. Há grande interesse de como as mudanças nos ecossistemas terrestres podem afetar a atmosfera. Uma das manifestações mais óbvias das interações da atmosfera com o ecossistema é a relação entre o padrão global da cobertura de vegetação e o clima. O clima é o fator que mais influencia na determinação da distribuição de vegetação e suas características num contexto global (Prentice, 1990). A localização de desertos, florestas tropicais, entre outras, é ditada pelas características do clima. Todavia, os tipos bioclimáticos além de serem utilizados para classificação do clima, também podem servir para definir relações entre a vegetação e o clima. Por outro lado, mudanças na estrutura da vegetação também podem ter significativa influência no clima, estabelecendo assim uma relação de interação mútua.
Muitos autores discutiram os possíveis efeitos do desflorestamento tropical nos processos do clima global. Estudos de modelagem utilizando MCGA têm considerado a sensibilidade do sistema climático para uma completa conversão da floresta Amazônica para pastagem (Dickinson and Henderson-Sellers, 1988; Shukla et al. 1990; Nobre et al., 1991, Henderson-Sellers et al., 1993). Estudos de sensibilidade utilizando modelos climáticos têm claramente estabelecido a importância das florestas tropicais em influenciar o clima da Terra. O presente trabalho avalia os impactos da conversão da floresta Amazônica para savana, utilizando-se dois cenários distintos, sendo: 1) cenário de desmatamento projetado para o ano de 2033 (Woods Hole Research Center). Neste caso, as regiões desmatadas foram consideradas como savana, e 2) toda a floresta amazônica foi convertida para savana. Os resultados indicam que há um aumento significativo da temperatura superficial e uma redução da evapotranspiração. É também feita uma análise do padrão de precipitação obtido utilizando-se os dois cenários.