A imagem do satélite Quickbird nos permite perceber, em uma área de floresta primária, as sombras geradas devido a heterogeneidade nos estratos superiores da floresta. Esta heterogeneidade pode ser originada pela diferença na altura das árvores de dossel e emergentes, ou pela presença de clareiras. Neste trabalho testamos o potencial dessa imagem na detecção de ocorrência de clareiras em uma área de floresta primária na Amazônia Central. O estudo foi realizado a cerca de 80 Km ao norte da cidade de Manaus nos fragmentos florestais de 1 e 10 hectares localizados na Fazenda Esteio, pertencente ao Projeto Dinâmica Biológica de Fragmentos Florestais (PDBFF). Para o estudo foi feito uma classificação supervisionada, separando as áreas de sombra das de não sombra, depois essas áreas foram transformadas em polígonos com área conhecida. Esses polígonos foram agrupados em 6 classes de tamanho. No total foram sorteados 80 polígonos distribuídos por todas as classes, em campo cada um desses polígonos foi visitado com a finalidade de se verificar quais deles eram clareira. Para relacionar o tamanho dos polígonos de sombra com a ocorrência de clareiras, foi feito uma regressão logística. Nossos resultados mostraram que a probabilidade de uma área classificada como sombra ser clareira esta relacionada com o tamanho da sombra ( G = 16.1, GL = 1, p < 0.001), mostrando uma grande tendência das sombras grandes serem clareiras. Esses resultados dão indicações do alto potencial das imagens de alta resolução do satélite Quickbird para quantificar características estruturais da floresta tropical.
Submetido por Marcelo Paustein Moreira em 25-MAR-2004
Tema Científico do LBA: LC (Mudanças dos Usos da Terra e da Vegetação)