A distribuição da densidade de árvores depende tanto da estrutura espacial dos fatores ambientais que condicionam sua ocorrência, quanto da história evolutiva de cada uma delas. Este trabalho teve como objetivo investigar a relação entre a altitude e a distribuição espacial da densidade de 11 espécies arbóreas em duas áreas (9.552 e 6.000 ha) na Amazônia Central. Pretendemos entender se os padrões de distribuição são condicionados por efeitos locais, e como estes variam em escala regional. Os dados sobre a ocorrência dos indivíduos (DAP ≥ 40cm) foram coletados durante a fase de prospecção das árvores da Mil Madeireira Itacoatiara. Obtivemos o gradiente de altitude com a vetorização da imagem SRTM (Shutlle Radar Thematic Mission). Determinamos a densidade dos indivíduos por cota de altitude. Realizamos análise de covariância entre estas variáveis nas duas áreas. Para A. rosaeodora, P. pendula e P. multijuga detectamos relação positiva entre a altitude e densidade nas duas áreas, indicando que a altitude condiciona a ocorrência destas espécies em escala local e regional. Observamos para C. micrantha, M. huberi, M. bidentata e P. psilostachya interação entre local e altitude, sendo que houve diferença na magnitude da relação entre densidade e altitude. D. odorata e P. paniculata não tiveram suas densidades relacionadas com a altitude, entretanto ocorreu efeito de local. Para G. glabra a densidade e altitude não covariaram entre as áreas, havendo uma inversão da distribuição da densidade em função da altitude. Portanto, a diferença entre o comportamento das densidades nas duas áreas sugere que há variação em uma escala regional na abundância desses indivíduos.
Submetido por Juliana Stropp Carneiro em 25-MAR-2004
Tema Científico do LBA: LC (Mudanças dos Usos da Terra e da Vegetação)