A configuração espacial das populações vegetais é afetada por processos bióticos e abióticos do ambiente. Desta forma, a compreensão dos fatores que estruturam essas populações é necessária para a elaboração de modelos de distribuição espacial de espécies. Este trabalho teve como objetivo elaborar modelos preditivos de ocorrência de Aniba roseaodora, Cariniana micrantha, Caryocar villosum, Dinizia excelsa, Dipteryx odorata, Goupia glabra, Manilkara bidentata e Manilkara huberi, Parkia multijuga, Parkia pendula, Peltogyne paniculata, Pseudopiptadenia psilostachya em função da topografia. Utilizamos informações sobre presença e ausência de indivíduos em uma área de 9.552 ha. Derivamos a topografia a partir de imagem do radar SRTM (Shutlle Radar Thematic Mission). Estimamos as probabilidades de ocorrência para cada espécies em função da altitude e declividade com regressão logística múltipla. Incorporamos os parâmetros da regressão a um SIG e obtivemos a espacialização das probabilidades. Determinamos a acuracidade dos modelos a partir da comparação entre os valores obtidos na tabela de sucesso de predição e a probabilidade de encontrar indivíduos ao acaso. Para validar os modelos, aplicamos os modelos logísticos em uma área distinta e determinamos sua acuracidade preditiva. Observamos que a topografia estrutura a distribuição de 10 espécies. Os modelos estimaram corretamente a ocorrência de nove espécies na área de elaboração. Constatamos sobreposição entre a distribuição observada e a estimada para essas nove espécies na área de validação. Entretanto, houve variação entre o acréscimo de acerto de ocorrência para essas espécies. Concluímos que modelos preditivos de distribuição de espécies arbóreas podem predizer corretamente a ocorrência de espécies em determinada área, mas que a extrapolação para outras áreas deve considerar outros fatores.
Submetido por Juliana Stropp Carneiro em 25-MAR-2004
Tema Científico do LBA: LC (Mudanças dos Usos da Terra e da Vegetação)