A Extensão dos Incêndios Florestais na Amazônia Brasileira em Anos de El Niño e Não El Niño
Ane
A.C.
Alencar, IPAM, ane@ipam.org.br
(Presenting)
Daniel
Curtis
Nepstad, IPAM, WHRC, dnepstad@whrc.org
Maria Del Carmen
V.
Diaz, IPAM, mcarmen@amazon.com.br
Os incêndios florestais representam um dos principais elementos de degradação das florestas da Amazônia e têm sido cada vez mais freqüentes e abrangentes na região devido a fragmentação da paisagem e a intensidade da extração madeireira. Este problema tem se agravado ainda mais em anos de El Nino. Estes incêndios são responsáveis também por grande parte das emissões de gás carbônico regional, atualmente não contabilizadas. Neste contexto, estimativas da área atingida por incêndios florestais em anos de El Niño e Não El Niño e sua contribuição para o fluxo de carbono regional foram produzidas com base no mapeamento de cicatrizes de incêndios florestais em imagens de satélite e entrevistas em três áreas ao longo do arco de desmatamento da Amazônia. Estas estimativas pontuais foram extrapoladas para toda a região utilizando relações de distancia entre a área florestal queimada e as bordas das áreas desmatadas, com as características climáticas e de tipo de fisionomia florestal. Resultados indicam que os incêndios florestais afetam uma área de floresta similar ao desmatamento a cada ano e podem afetar uma área 5-6 vezes maior do que a área desmatada durante anos de seca severa como os de El Niño. Em anos de precipitação normal a maior incidência e abrangência dos incêndios florestais tem sido em áreas de floresta de transição já que estas, devido a sua estrutura mais aberta, são mais suscetíveis as secas sazonais do que os outros tipos florestais. Enquanto que em anos de seca pronunciada (El Niño) as florestas densas são as mais afetadas pelo fogo.
Submetido por Ane Alencar em 18-MAR-2004
Tema Científico do LBA: LC (Mudanças dos Usos da Terra e da Vegetação)