A vegetação e clima coexistem num equilíbrio dinâmico, que pode ser alterado por grandes perturbações em qualquer um dos dois componentes. Segundo o relatório do IPCC de 1994, o saldo balanço entre a emissão e consumo do carbono atmosférico é 4,6 Gt/ano, porém medidas reais resultam em aproximadamente 3,2 Gt/ano. Pesquisas do LBA relacionadas a dinâmica do carbono buscam saber onde desaparecem os outros 1,4 Gt/ano e apontam a floresta tropical como possível sumidouro. Determinar os estoques de carbono é fundamental para avaliar se a Floresta Primária está realmente se comportando como sorvedor ou exportador de carbono. Portanto, estudos em escala regional das taxas de ciclagem de carbono de populações arbóreas são essenciais para compreender o papel da região amazônica no balanço global do carbono. Este trabalho foi desenvolvido na Floresta Nacional do Tapajós numa área de 20 hectares de floresta primária, compreendido entre os anos de 2000 a 2002. Para a determinação das taxas de incremento foram feitas medidas dendrométricas mensais em cerca de 1.000 árvores. Dados referentes a biomassa foram obtidos utilizando-se a equação alométrica de Chambers. Notou-se que os indivíduos pertencentes às classes de menor tamanho (DAP entre 10-30 cm) apresentaram menores taxas de incremento e os indivíduos maiores (DAP > 50 cm) apresentaram as maiores taxas. A quantidade de biomassa total acumulada pela floresta foi de 281 Mg C/ha. Conclui-se que o incremento e o acúmulo de biomassa estão diretamente relacionados aos períodos de maior precipitação.
Submetido por Raimundo Sousa Lima Júnior em 23-MAR-2004
Tema Científico do LBA: CD (Armazenamento e Trocas de Carbono)