Em uma mega região como a Amazônia brasileira com profundas diferenças sociais e marcante heterogeneidade em sua natureza, faz-se necessário preparar um conjunto de procedimentos para um melhor entendimento/análise para uma posterior intervenção baseada no conhecimento das aplicações de ciência.
Faz-se necessário então, entender que não existe Amazônia, existem Amazônias, por exemplo, as áreas urbanas de Belém e Manaus não projetam-se na história da região e do país como a urbanidade de Porto Velho, Macapá ou Rio Branco, entre outras, ou ainda, os processos econômicos e sociais que levaram aos gigantescos desmatamentos no sudeste do Pará não são os mesmos do processo de avanço de desmatamento no sul do Amazonas; chamar todos esses processos de “fronteira”, é uma simplificação que empobrece a produção de conhecimento desta região brasileira.
Para criar condições de um maior conhecimento da Amazônia é necessário um zoneamento ecológico e econômico com bases em questões de escala – de cada setor a ser definido - e método – quais os procedimentos, as abordagens para se chegar a tais setorizações. Com base em um cruzamento de informações desde os processos históricos de ocupação humana – paleo-índios, índios, europeus até os movimentos migratórios recentes – acrescidos a isso às dinâmicas da natureza desde a última glaciação até as mais recentes informações dos paleo-climas até as atuais perturbações climáticas da dinâmica geral da atmosfera com os gases, particulados e aerossóis.
Essa setorização, inclusive utilizando tipologias, servirá como base geral para um aprofundamento maior da realidade existente em cada célula espacial identificada, fornecendo informações precisas tanto para a produção de conhecimento (seja acadêmico e/ou para políticas públicas) quanto para a melhoria de vida das sociedades que nela vivem.
Submetido por Reinaldo Correa Costa em 18-MAR-2004