A expansão da pecuária na Amazônia Oriental: O papel dos colonos
Jonas
Bastos da
Veiga, Embrapa Amazônia Oriental, jonas@cpatu.embrapa.br
(Presenting)
Jean
François
Tourrand, UnB/Embrapa/Cirad, Tourrand@aol.com
Marie
Gabrielle
Piketty, USP/Embrapa/Cirad, piketty@usp.br
Ailce
Margarida
Alves, Convênio Embrapa/Cirad, AILCEM@aol.com
No início da colonização da Amazônia Brasileira a pecuária foi a principal atividade econômica incentivada pelo governo brasileiro. Assim, nas primeiras décadas de desenvolvimento da região, essa atividade foi a preferida pelos grandes empreendimentos agropecuários ou fazendas, com incentivos fiscais, respondendo por praticamente todo o desflorestamento da região. Com o aumento do fluxo de imigração, tanto por iniciativa oficial como expontaneamente, os colonos entraram em cena, como atores importantes no avanço da fronteira agrícola. No caso da região da Transamazônica, os problemas iniciais com as culturas anuais e perenes (escoamento da produção, distância do mercado, flutuação de preço, custo de manutenção, doenças, etc.) dificultaram o desenvolvimento socioeconômico dos colonos, abrindo caminho para a pecuarização da agricultura familiar, cujo rebanho funcionava como um elemento de estabilidade e segurança das famílias. Durante um projeto de pesquisa financiado pela National Science Foundation, objetivando entender os fatores determinantes da expansão da pecuária na fronteira agrícola da região, foi estudado o papel de diferentes atores nesse processo. Este trabalho apresenta o caso dos colonos do município de Uruará, apontando a importância dos programas de financiamento, da inflação, do comércio desorganizado de matrizes e reprodutores, da aptidão mista do rebanho (bezerro e leite), da experiência e da adoção das tecnologias básicas por parte dos produtores, do sucesso da pastagem de braquiarão, do tamanho e da diversificação das propriedades no sucesso desse uso-da-terra. Também apresenta o reflexo desse processo na cobertura florestal da região, onde a pecuária se tornou um elemento-chave da paisagem.
Submetido por Jonas Bastos da Veiga em 18-MAR-2004