Abstract ID: 140

O processo participativo e a eficiência das áreas prioritárias da Amazônia de 2006

Em 2006 o Ministério do Meio Ambiente atualizou os mapas de áreas prioritárias para a conservação de todos os biomas brasileiros, por meio de uma ampla consulta aos diversos setores da sociedade. Seguindo as recomendações da CDB, a metodologia foi baseada no planejamento sistemático para a conservação, mas houve modificações em dois aspectos da metodologia: (1) os softwares de suporte à decisão foram usados apenas para gerar um mapa de áreas relevantes, mas não na negociação para a seleção de áreas em si e (2) foi feita uma exclusão de áreas com alto nível de degradação (mais de 80% desflorestada), ao invés da ameaça ter sido tratada como função de custo na elaboração do mapa preliminar. O objetivo desse trabalho foi analisar as consequências dessas alterações na eficiência do novo mapa de áreas prioritárias. A proporção de alvos contemplados na totalidade de áreas selecionadas para a criação de Unidades de Conservação (UCs) foi o critério utilizado para analisar a eficiência das áreas escolhidas. Essa análise foi feita usando o software C-Plan, que também foi utilizado para gerar uma solução para atingir a totalidade dos alvos. O software Marxan foi usado para gerar uma segunda solução para a totalidade dos alvos, utilizando como função de custos o modelo de desflorestamento desenvolvido por Soares et al (2006). Como resultados, verificou-se que a seleção de áreas sem o apoio do software foi pouco eficiente, por ter designado uma área relativamente grande para a criação de novas UCs, mas que não promove um aumento substancial nos alvos representados. A inclusão da superfície de ameaças leva a uma solução apenas 40% similar à seleção feita sem ameaças, e com ela é possível atingir pelo menos 95% da meta para todos os alvos, incluindo aqueles mais ameaçados, em uma área menor que a indicada pelos participantes.

Session:  Biodiversity - Modeling biodiversity, present and future.

Presentation Type:  Poster