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Abstract ID: 388

AVALIAÇÃO DA RECICLAGEM LOCAL DE ÁGUA NA FLORESTA AMAZÔNICA UTILIZANDO REANÁLISES REGIONAL (RPSAS) DO CPTEC-INPE

Avaliou-se nesse estudo o comportamento climático da precipitação, da evapotranspiração, do transporte de vapor d´água na atmosfera e da reciclagem local de água na floresta Amazônica utilizando informações hidrometeorológicas obtidas das reanálises regional do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC-INPE) para o período de 2000 a 2004. As reanálises regional foram geradas através do sistema de assimilação de dados regional “Regional Physical-Space Statistical Analysis System - RPSAS” utilizando o modelo regional atmosférico Eta com resolução de 40 km. Para o cálculo da reciclagem local de água utilizou-se a formulação proposta por Brubaker et al. (1993) e Trenberth (1999) que considera a precipitação total, a evapotranspiração e o transporte de umidade sobre uma determinada região. A reciclagem local de água na atmosfera corresponde ao mecanismo de retroalimentação potencialmente significativo do sistema continente - atmosfera em que certa fração de água evapotranspirada sobre uma determinada região volta novamente como precipitação na mesma região. A quantificação desse mecanismo é um indicador da importância dos processos de superfície no balanço de água, e também um indicador da sensibilidade climática relacionada às alterações nesses processos. Os valores de reciclagem local de água são dependentes da escala de comprimento utilizada, onde os valores mais intensos de reciclagem são observados para escalas de comprimento maiores. Na média anual os valores mais intensos foram observados sobre os Oceanos Atlântico e Pacífico próximo ao continente sul-americano. Sobre o continente e especificamente na Bacia Amazônica observou-se heterogeneidade na reciclagem de água, onde os valores aumentam no sentido norte - sul sobre a bacia. A distribuição espacial da reciclagem de água apresentou variações de 5 a 30% sobre a bacia, com valores mais intensos na porção sul. Esse resultado está diretamente relacionado ao transporte de umidade na bacia, pois o intenso fluxo de vapor d’água na porção norte, observado no decorrer do ano, limitou a reciclagem a valores da ordem de 5 a 10%. A variação sazonal da reciclagem de água foi bastante significativa, apresentando aumento de aproximadamente 82 a 97% durante a estação seca para as escalas de comprimento de 500 e 1000 km, respectivamente. A redução no fluxo de vapor d’água e o aumento na evapotranspiração foram responsáveis pelo aumento da reciclagem na estação seca, contudo, o último termo teve papel mais importante nesse resultado. De maneira geral, os valores médios da reciclagem de água na Bacia Amazônia estão próximos daqueles encontrados em outros estudos; entretanto, a variação sazonal da reciclagem apresentou um ciclo sazonal diferente dos demais, estando diretamente associada à variação sazonal da evapotranspiração nas reanálises regional do CPTEC-INPE, apresentando valores mais intensos também no período seco. Além disso, observou-se que a reciclagem local de água representa uma porção significativa do balanço de umidade na Bacia Amazônica. Desta forma, variabilidade e mudanças no clima devido tanto às variações naturais do sistema quanto às antropogênicas, tais como: aumento na concentração dos gases do efeito estufa na atmosfera e as mudanças nos usos da terra como desflorestamento e urbanização podem contribuir para modificar a evapotranspiração, a precipitação, o transporte de umidade, e conseqüentemente, a reciclagem local de água na região, conduzindo a graves conseqüências ecológicas para a floresta Amazônica.

Session:  Feedbacks to Climate - Land cover, surface hydrology, and atmospheric feedbacks.

Presentation Type:  Poster

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